Desenho universal para a aprendizagem: desafios e oportunidades turma LSA-47
Apresentação
O Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA), modelo prático de atendimento à diversidade de necessidades educativas que, mediante uma planificação pedagógica continuada, visa aumentar as oportunidades de desenvolvimento de cada aprendente, constitui, a par da abordagem multinível, a principal opção metodológica do DL n.º 54/2018. Respondendo à necessidade de organização de medidas universais orientadas para a heterogeneidade da população discente, o DUA define-se como um modelo estruturante e norteador da ação educativa cujo propósito fundamental passa pela construção de ambientes de aprendizagem acessíveis e efetivos para todos (Meyer, Rose & Gordon, 2014). Esta abordagem educativa, ancorada nos princípios da flexibilidade curricular e na utilização de tecnologias digitais, visa melhorar o ensino e a aprendizagem através da participação de todos os alunos na classe regular, minimizando as barreiras existentes e maximizando o potencial de cada aprendente (Zerbato & Mendes, 2018).
Destinatários
Educadores de Infância e Professores dos Ensinos Básico e Secundário
Releva
Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Educadores de Infância e Professores dos Ensinos Básico e Secundário. Para efeitos de aplicação do artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação não releva para efeitos de progressão em carreira.
Objetivos
Com esta ação de formação, pretende-se: - Capacitar os docentes para aprimorarem a qualidade da ação educativa, indo ao encontro das necessidades educativas de todos os alunos, diversificando as formas de apresentação e de exploração dos conteúdos curriculares; - Consciencializar os docentes para a importância da planificação de atividades pedagógicas inclusivas e diversificadas, que contemplem os vários tipos de aprendentes e que promovam mais oportunidades de participação; - Dar a conhecer estratégias que permitam operacionalizar os princípios básicos do DUA: (i) proporcionar múltiplos meios de representação; (ii) proporcionar múltiplos meios de ação e de expressão; (iii) proporcionar múltiplos meios de envolvimento. - Proporcionar o desenvolvimento de uma atitude profissional interveniente, autónoma e geradora de processos autoformativos.
Conteúdos
Módulo I - 5 horas 1.1. Apresentação da oficina de formação e organização dos trabalhos - Apresentação da metodologia de realização da ação; - Caracterização das práticas pedagógicas do grupo de formandos. 1.2. Enquadramento legislativo em Educação Inclusiva - Decreto-lei n.º 54/2018 (princípios orientadores, definições operacionais e medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão); - Opções metodológicas subjacentes ao DL n.º 54/2018: DUA e Abordagem Multinível; - Recursos específicos de apoio à aprendizagem e à inclusão; - Centro de Apoio à Aprendizagem: definição e linhas de atuação. Módulo II - 5 horas 2.1. Aspetos essenciais do DUA - Origem do conceito e historial; - Princípios do DUA: (1) Proporcionar múltiplos meios de representação; (2) Proporcionar múltiplos meios de ação e expressão; (3) Proporcionar múltiplos meios de envolvimento; - O funcionamento do cérebro e a aprendizagem; - As redes neuronais (de reconhecimento, estratégica e afetiva). 2.2. O desenho do currículo - (Re)desenhar o currículo em função do atendimento à diversidade; - As quatro componentes do currículo: objetivos, avaliação, métodos e materiais; - Flexibilidade curricular enquanto princípio orientador da gestão do currículo (que deverá ser aberto, flexível e acessível); - Apresentação de exemplos práticos e aplicação de conhecimentos. Módulo III - 4 horas 3.1. Diferenciação Pedagógica e individualização do ensino - Pedagogia diferenciada: diferenciação simultânea, sucessiva e variada; - Das acomodações às adaptações curriculares (componentes e domínios); - Adequação de processos, contextos, produtos e conteúdos. 3.2. Inteligência e estilos de aprendizagem - Teoria das inteligências múltiplas (tipos de inteligência e respetiva caracterização); - Escola tradicional versus escola inclusiva (da pedagogia magistral à aprendizagem ativa); - Estilos de aprendizagem: modelo de Kolb e modelo de Honey-Munford; - Dinâmicas de grupo (aplicação de conteúdos). Módulo IV - 3 horas 4.1. Estilos de aprendizagem e tipos de aprendentes - Modos de aprender e de processar a informação; - Tipos de aprendentes (visuais, auditivos e cinestésicos); - Estratégias de aprendizagem adequadas aos distintos tipos de aprendentes; - As TIC enquanto facilitador das aprendizagens; - Exercícios práticos e aplicação de conteúdos. Módulo V - 5 horas 5.1. Planificação da ação educativa - Pressupostos do DUA: identificação/seleção da informação a ser aprendida, aplicação de estratégias adequadas para a processar e envolvimento nas tarefas de aprendizagem; - Formulação de objetivos que respeitem as necessidades educativas dos alunos (singularidades, estilos, interesses, gostos, perfis e ritmos de aprendizagem); - Planificação conjunta e flexível de atividades (acessíveis, facilitadoras e potenciadoras de aprendizagens significativas); - Seleção de recursos a mobilizar para a consecução das atividades; - Estabelecimento de critérios de avaliação adequados à diversidade; - Aplicação prática dos conteúdos abordados. 5.2. Monitorização do planeamento e da intervenção - Criação de listas de indicadores (checkpoints), por referência aos objetivos traçados, que permitam monitorizar a planificação da intervenção e a própria intervenção; - Reflexividade na docência (funções da escola e dos docentes; importância de uma avaliação e de uma intervenção compreensivas; relevância do trabalho em equipa). Módulo VI - 3 horas 6. Apresentação de trabalhos e avaliação da oficina de formação.
Avaliação
A avaliação dos formandos decorre em conformidade com o Regime Jurídico da Formação Contínua, o n.º 2 do Artigo 46.º do ECD, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 15/2007, de 19 de janeiro, e a Carta Circular CCPFC 3 2007 setembro. A avaliação dos formandos terá incidência em: Critérios/Parâmetros Participação/contributos: Participação nas sessões (dinâmica da participação e qualidade das intervenções) e partilhas sobre o trabalho autónomo desenvolvido (30%). Trabalho final (em equipa): Conceção, desenvolvimento e avaliação de um episódio de aula (qualidade dos materiais produzidos), tendo como referência as estratégias e os conteúdos abordados na oficina (50%). Produção de uma reflexão final, a título individual (20%). A avaliação final, que terá em conta os referidos parâmetros/critérios de classificação, será traduzida numa classificação expressa na escala de 1 a 10 valores: insuficiente (1 a 4,9 valores), regular (5 a 6,4 valores), bom (6,5 a 7,9 valores), muito bom (8 a 8,9 valores) e excelente (9 a 10 valores).
Bibliografia
Melaré, D, Morais, C., Alves, P., & Miranda, L. (2016). Estilos de aprendizagem e inovação pedagógica. Santo Tirso: White Books.Meyer, A., Rose, D. H., & Gordon, D. (2014). Universal design for learning: Theory and practice. Wakefield: CAST Professional Publishing.Nunes, C., & Amaral, I. (2015). Desenho Universal para a Aprendizagem: Construindo práticas pedagógicas inclusivas. Da Investigação às Práticas, 5(2), 126-143.Pereira, F. (Org.) (2018). Para uma Educação Inclusiva. Manual de apoio à prática. Lisboa: Ministério da Educação Direção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular.Zerbato, A. P., & Mendes, E. (2018). Desenho universal para a aprendizagem como estratégia de inclusão escolar. Educação Unisinos, 22(2), 147-155.
Formador
Sandra Maria Domingues Gonçalves Correia