Apresentação

Durante as últimas décadas do século XX, o interesse pela música antiga e pela interpretação musical do repertório barroco com instrumentos antigos cresceu rapidamente em toda a Europa, dando origem a uma nova forma de entender, interpretar e ouvir o repertório do século XVII e XVIII. Actualmente, a formação especializada da música antiga está presente em todos os países da Europa, e a maior parte de universidades oferecem e potenciam a sua oferta em instrumentos históricos. Podemos assim dizer que a música antiga não é apenas mais uma opção estética, mas também uma saída profissional de grande relevância para os jovens músicos que pretendem entrar no mercado de trabalho e tornar-se profissionais no sector da “música erudita”. Da mesma forma em que os conservatórios têm realizado um esforço em actualizar os seus currículos e dirigir as suas formações a outros estilos musicais, como a Música Contemporânea, Música Moderna, Musicais, Músicas do Mundo, Jazz, etc., torna-se também essencial ampliar este espectro à Música Antiga e ao chamado Movimento HIP: “Historical Informed Performance”, permitindo que os alunos do ensino especializado de música vivam e experimentem no seu percurso académico os instrumentos antigos, as técnicas interpretativas da época, e a especificidade do discurso musical do período barroco e pré-clássico.

Destinatários

Professores dos Grupos M02, M03, M06, M11, M12, M13, M23, M24, M25, M28, M29, M30 e M31

Releva

Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos Grupos M02, M03, M06, M11, M12, M13, M23, M24, M25, M28, M29, M30 e M31. Mais se certifica que, para os efeitos previstos no artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos Grupos M02, M03, M06, M11, M12, M13, M23, M24, M25, M28, M29, M30 e M31.

Objetivos

Conhecer e experimentar os desafios técnicos da interpretação historicamente informada, em especial as cordas de tripa e os diferentes tipos de arco. Conhecer e identificar as principais características estéticas nacionais do período barroco e pré-clássico Ampliar o conhecimento sobre repertório solístico, camerístico e pedagógico do século XVII e XVIII. Incrementar o conhecimento sobre ornamentação barroca e cadências. Fornecer ferramentas para a improvisação sobre estructuras harmónicas simples Fomentar a consciencialização histórica como ferramenta pedagógica Desenvolver a consciência relativa a afinações e temperamentos. Conhecer e divulgar os principais intérpretes nacionais do período barroco Melhorar a consciência e plasticidade corporal dos alunos usando instrumentos musicais da mesma família mas com características técnicas diferentes. Dotar os docentes de novas ferramentas pedagógicas para trabalharem na sala de aula: Técnica, interpretação e motivação

Conteúdos

Os instrumentos de arco barrocos: Características organológicas, acessórios, manutenção dos instrumentos. Arcos - Diferentes formatos, características e materiais Tratados de interpretação e manuais pedagógicos históricos. Intérpretes e características musicais nos diferentes países europeus Repertório: Compositores e obras menos conhecidas Pedro Lopes Nogueira - Lições de Rabeca - Uma obra pedagógica portuguesa do século XVIII. Interpretação - Conhecer e experimentar no repertório solístico e camarístico A música antiga na sala de aula - Ferramentas técnicas e interpretativas Ornamentação - Appogiaturas, trilos, mordentes, vibrato, ornamentações livres, improvisação. Séc. XX: Pioneiros e protagonistas no movimento de recuperação da música antiga A Música antiga hoje: saídas profissionais e centros de formação superior na europa

Metodologias

A experimentação será o eixo central da formação, onde se procurará aproveitar as experiências de cada um dos formandos para desenvolver e estimular novas competências e novas aprendizagens. Consciente de que se trata de uma formação específica para professores experientes, adoptar-se-à uma postura activa, onde o formador articulará os métodos expositivos, interrogativos e demonstrativos consoante as necessidades e características de cada módulo, e o feedback dos formandos. Em sintonia com a direção e o departamento, o formador realizará uma masterclass com os alunos da escola que será assistida pelos professores para conhecerem e observarem a introdução práctica dos conteúdos trabalhados.

Avaliação

A avaliação será feita de forma contínua através da observação das atividades desenvolvidas em cada módulo, e de uma reflexão final escrita pelos formandos. Descrição de critérios: Participação 20%; Motivação 10%; Pontualidade 5%; Reflexão escrita 25%; Ateliers prácticos 40%.

Bibliografia

Francesco Geminiani: The art of Playing on the Violin Containing all the Rules Necessary to Attain to a Perfection on That Instrument, With Great Variety of Compositions. Gale Ecco, 2018Nikolaus Harnoncourt: The Musical Dialogue: Thoughts on Monteverdi, Bach and Mozart. Amadeus, 2003Frederick Neumann: Ornamentation in Baroque and Post-Baroque Music: With Special Emphasis on J.S. Bach. Princeton University Press, 1983Leopold Mozart: A Treatise on the Fundamental Principles of Violin Playing. Oxford University Press, 1985Walter Reiter: The Baroque Violin & Viola. Oxford University Press, 2020.

Formador

Nuno Jorge Carvalho Mendes dos Santos