Apresentação

O conhecimento científico e tecnológico desenvolve-se a um ritmo intenso convocando o processo de ensino e aprendizagem para uma maior integração de saberes e articulação entre as disciplinas do currículo escolar. As unidades orgânicas associadas ao CFAE, constituídas por escolas de diferentes níveis de ensino, torna pertinente um trabalho conjunto e colaborativo entre os docentes, no sentido de as dotar de uma práxis de articulação vertical do currículo na área das ciências, de modo a favorecer a transição entre níveis e ciclos de ensino. Os documentos curriculares incitam o trabalho didático pedagógico no sentido das áreas de competências agregarem saberes entendidos como combinações complexas de conhecimentos, capacidades e atitudes que permitem uma efetiva ação humana em contextos diversificados, que dependem das oportunidades, pesquisas,orientações e ambientes conducentes às aprendizagens. O documento sobre o currículo nacional do ensino básico (DEB 2001: 129) clarifica que os professores de Ciências deverão proporcionar aos alunos situações nas quais se possibilite: “• Despertar a curiosidade acerca do mundo natural (…) e criar um sentimento de admiração, entusiasmo e interesse pela Ciência; • Adquirir uma compreensão geral e alargada (…) dos procedimentos da investigação científica, de modo a sentir confiança na abordagem de questões científicas e tecnológicas (…)” Demonstrada a necessidade de fomentar um trabalho pedagógico didático que sustente o desenvolvimento de competências nas diversas áreas curriculares que compõem a dimensão científica do currículo escolar, apresente oficina tem por objeto a divulgação e aplicação do método científico com a execução de projetos quepodem ser realizados nas escolas.

Destinatários

Professores dos grupos 110, 510 e 520

Releva

Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos grupos 110, 510 e 520. Mais se certifica que, para os efeitos previstos no artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos grupos 110, 510 e 520.

Objetivos

A ação visa o aprofundamento de conhecimentos e o desenvolvimento do método científico, num processo ensino-aprendizagem sustentado na execução e divulgação de atividades entre ciclos, recorrendo a ferramentas web 2.0, de acordo com as competências essenciais. • Elaborar atividades de cariz prático-experimental no desenvolvimento de processos tendentes à construção de produtos e de conhecimento; • Manipular, manusear materiais e instrumentos diversificados para controlar, utilizar, transformar, imaginar e criar produtos e sistemas; monitorizar e avaliar a ação pedagógica em domínios de autonomia curricular (DAC); • (Re)configurar os processos didático pedagógicos das áreas científicas que permitam aos alunos, de forma imaginativa e inovadora, questionar a realidade, compreender o mundo e agir sobre ele; • Definir e construir instrumentos de avaliação adequados; • Trabalhar em equipa e usar meios para comunicar presencialmente e em rede, fomentando a troca de experiências, conhecimentos e ideias; • Refletir sobre as práticas e resultados.

Conteúdos

A ação estrutura-se em 2 momentos: 1.º Momento (6 h) Dedicado ao conhecimento dos suportes legislativos que consubstanciam o currículo escolar e consequente operacionalização no contexto da planificação das atividades, tendo em conta as experiências intrínsecas e os conhecimentos dos formandos, atendendo que são portadores de um repertório experiencial valioso que importa convocar e valorizar. Serão apresentadas atividades práticas transdisciplinares e entre ciclos já aplicadas e testadas em contexto pedagógico didático, nos ensinos presencial e à distância como leitmotif para a elaboração de outras propostas a aplicar, que serão integradas nas atividades curriculares dos grupos destinatários da ação, de acordo com os interesses/necessidades dos alunos. Momento onde os formandos terão a oportunidade de conhecer o diário da formação onde serão colocadas os materiais de apoio, as tarefas e os trabalhos desenvolvidos pelos formandos. Serão apresentadas/exploradas algumas aplicações móveis e ferramentas web 2.0, para aplicação da atividade a desenvolver. Algumas serão de âmbito geral, para permitir planificação e apresentação de conteúdos e avaliação, outras serão específicas para o ensino, a exploração e a simulação, no âmbito de conteúdos das disciplinas. 2.º Momento (9 h) A integração das TIC nos ensinos presencial e à distância. Será planificada uma atividade prático-experimental transdisciplinar entre ciclos, sustentada nas planificações,para posterior aplicação, por parte do formando, aos seus alunos. Posteriormente, estes alunos poderão/deverão aplicar a outros alunos de ciclos de ensino inferiores aos deles. Concomitante far-se-á um trabalho de aplicação, experimentação e avaliação das atividades, perspetivandoquer ao nível do trabalho de seleção de recursos e metodologias, quer ao nível da operacionalização das competências a desenvolver pelos alunos, a partilha dos saberes e experiências profissionais dos participantes.Abrir-se-ão espaços de debate e trocas de experiências muito importantes para a aprendizagem conjunta,sendo os formandos convidados a partilhar as suas reflexões, perspectivas e propostas de intervenção. Os conteúdos a explorar em cada sessão são apresentados na secção “Demonstração da distribuição da carga horária pelas diversas tarefas” Prática assíncrona - Trabalho Autónomo (10h) A duração das sessões de trabalho autónomo tem apenas um carácter orientador, uma vez que depende da organização e gestão pessoal dos formandos. A duração de cada sessão a preparar e planificar será de 45 ou 50min, de acordo com a distribuição dos tempos letivos. O formando terá de preparar, planificar e executar uma aula prático-experimental transdisciplinar entre ciclos com base no modelo orientador disponibilizado na plataforma de ensino à distância com objetivo de implementar as metodologias/estratégias delineadas, com pelo menos uma das suas turmas. Durante o processo deverá o formando partilhar/debater/refletir com a formadora e restantes formandos durante a última sessão.

Metodologias

Sessões síncronas: Aplicação de instrumentos transdisciplinares e entre ciclos. Aplicação de atividades prático-experimentais. Aplicação de ferramentas web 2.0 e recurso às TIC. Promoção da troca de ideias e experiências. Fornecimento de alguns exemplos de boas práticas. Construção de propostas transdisciplinares e entre ciclos com vista à sua aplicação em contexto. Análise crítica das propostas. Apresentação dos instrumentos. Reflexão e reformulação das atividades apresentadas, caso necessário. Sessões assíncronas: Construção de uma atividade prático-experimental, transdisciplinar e entre ciclos, no suporte modelo digital, com vista à execução prática, em ambiente real de contexto de sala de aula e fora dela, das propostas pedagógico-didáticas construídas nas sessões em sala e/ou outras. Recurso à metodologia STEAM e às ferramentas web 2.0. Criação de ambientes de aprendizagem colaborativa, transdisciplinar e entre ciclos. Utilização do recurso do diário da formação. Reflexão crítica sobre os documentos apresentados.

Avaliação

A avaliação será contínua e formativa. A classificação final a atribuir aos formandos resultará dos seguintes parâmetros e critérios de classificação: 1. Empenho e grau de envolvimento nas sessões (10%) 2. Avaliação dos trabalhos desenvolvidos durante as sessões 2 a 4 - diário da formação digital, online (30%) 3. Planificação da atividade prático-experimental, transdisciplinar entre ciclos e a construção dos recursos para a utilização em sala de aula – portefólio digital, online (40%); 4. Apresentação de evidências da exequibilidade de utilização dos recursos produzidos – portefólio digital,online (20%). No final, todos os trabalhos serão reunidos em suporte digital permanente, portefólio, que será incluído no dossier da ação de formação. A avaliação dos formandos basear-se-á na análise, quantitativa e qualitativa, da assiduidade e da participação nas sessões, das tarefas diversas realizadas ao longo das mesmas, em regime presencial e autónomo, e dos trabalhos realizados no decurso da ação, de acordo com o Regime Jurídico da Formação Contínua e a Carta Circular n.º 3/2007 do CCPFC.

Bibliografia

Gomes, C. S., Brocardo, J. L., Pedroso, J. V. Et al. (2017). Perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória.Lisboa:ministério da educação. Disponível em: http://dge.mec.pt/perfil; Ministério da educação (2018). Aprendizagens essenciais | articulação com o perfil dos alunos. Lisboa:ministério da educação/departamento da educação básica;• Ministério da educação (2018). Aprendizagens essenciais | articulação como perfil dos alunos 10.º ano e 11º ano| secundário | física e química. Lisboa:ministério da educação/departamento do ensino secundário; Ministério da educação (2018). Aprendizagens essenciais | articulação com o perfil dos alunos 10.º ano e 11ºano|secundário | biologia e geologia. Lisboa: ministério da educação/departamento do ensino secundário; Bonito, Jorge; Morgado, Margarida; Silva, Marta; Figueira, Dulce; Serrano, Marta; Mesquita, José; Rebelo, Hugo(2013).Metas curriculares do ensino básico – ciências naturais. Lisboa: ministério da educação e ciência; Ministério da Educação (2001). Currículo nacional do ensino básico. Competências essenciais. Lisboa:Ministério da Educação/departamento da educação básica.

Formador

Ana Luísa Gonçalves

Cronograma