Desenvolvimento de atividades de transmedia storytelling, na biblioteca escolar: como incentivar leitores a serem críticos, interventivos e aptos a produzir conhecimento turma PTD-LS33

Apresentação

A hodierna geração Z, de nativos digitais, exige uma biblioteca escolar diferente, a prioridade não é apenas a literacia da leitura, mas também a literacia da informação e dos média. Atendendo à presente conjuntura, atividades de transmedia storytelling podem servir de elemento aglutinador das referidas literacias, promover as bibliotecas escolares e incentivar os nossos leitores a serem críticos, interventivos e aptos a produzir conhecimento. O atual referencial da RBE, enquanto mantra do professor bibliotecário, advoga os conteúdos e os objetivos a serem trabalhados nas bibliotecas escolares, apresentando, simultaneamente, algumas estratégias e métodos de operacionalização. Contudo, no documento, não encontramos qualquer referência a transmedia storytelling que, de acordo com Rodrigues e Bidarra (2014), constitui uma abordagem pedagógica que entra em rutura com as formas tradicionais de ensinar e permite a rentabilização das ferramentas tecnológicas, forjadas na era da computação digital e usadas, no dia a dia, pelos alunos. Neste contexto, partindo da educação pela arte e atendendo aos três eixos preconizados pela RBE, literacia da leitura, dos média e da informação acreditamos que atividades de transmedia storytelling poderão dar um contributo positivo para que os alunos possam “desenvolver a conceção e articulação do texto com a imagem, o gosto estético e artístico e competências analíticas de compreensão.” (Conde et al., 2017, p. 81).

Destinatários

Educadores de Infância, Professores dos Ensinos Básico e Secundário e Professores de Educação Especial

Releva

Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Educadores de Infância, Professores dos Ensinos Básico e Secundário e Professores de Educação Especial. Para efeitos de aplicação do artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação não releva para efeitos de progressão em carreira.

Objetivos

• Introduzir a utilização de transmedia storytelling na biblioteca escolar, enquanto espaço privilegiado para a criação do conhecimento. • Criar materiais didáticos que estimulem a leitura, a escrita e a gestão da informação que fomentem a seleção e otimização adequada da informação. • Capacitar os intervenientes, com base em atuais soluções multimédia, para a criação e transmediação de histórias. • Desenvolver um projeto, assente em atividades de transmedia storytelling, envolvendo vários atores educativos, com especial enfoque nos alunos e encarregados de educação, num projeto de partilha e de cooperação. • Criar artefactos eletrónicos que terão um papel ativo e serão integrados numa narrativa enriquecida com atividades de transmedia storytelling. • Explorar histórias com recurso a realidade aumentada. • Elaborar narrativas interativas que, para além da componente tecnológica, levem os alunos a trabalhar a expressão escrita. • Construir, aplicar e refletir sobre a transmediação de histórias para uso na sala de aula. • Desenvolver atividades que promovam a resolução de situações problemáticas e o desenvolvimento do raciocínio lógico e dedutivo.

Conteúdos

A ação estrutura-se em três momentos-chave que se complementam: 1º Momento: As sessões serão dedicadas ao conceito e à operacionalização de atividades que integrem o processo inovador de criar narrativas entusiásticas e coerentes, que é conhecido por Transmedia Storytelling. 2.º Momento: Partindo do aprofundamento das temáticas abordadas, os formandos aplicarão, no seu quotidiano de sala de aula e/ou biblioteca escolar, os procedimentos/materiais construídos em sala de formação, que integrarão o projeto, assente em atividades de transmedia storytelling, com vista a assegurar a funcionalidade (utilidade) dos produtos obtidos na oficina para as práticas no terreno. 3.º Momento: Far-se-á uma reflexão sobre o desenrolar da aplicabilidade prática em sala de aula/biblioteca escolar com os alunos, procurando-se introduzir as alterações tidas por convenientes, consolidando e melhorando assim as práticas da atividade docente. Trabalho Presencial: 1) Transmedia storytelling, na biblioteca escolar: (5h) a) Definição de transmedia storytelling. b Exemplos de atividades de transmedia storytelling que foram desenvolvidas pelo formador para trabalhar as literacias da leitura, dos média e da informação. c) Impactos das atividades de transmedia storytelling nas literaciais da leitura, dos média e da informação quando, concomitantemente, se trabalha para a arte e pela arte. d) Ferramentas e instrumentos para aferir o impacto das atividades de transmedia storytelling, na biblioteca escolar (instrumentos de recolha e de análise de dados). 2) Transmedia storytelling, como implementar o processo: (5h) a) Identificação e exploração de potenciais recursos para a transmediação de histórias: realidade aumentada, fantoches, stop motion e animação. b) Criação e desenvolvimento de histórias, com a integração de artefactos tecnológicos. c) Exploração de tecnologias, do tipo stop motion, com recurso a telemóvel/tablet, para transmediar uma história. d) Utilização do “Gacha Studio” para a criação de histórias animadas. 3) Desenvolvimento de um projeto leitura, baseado em atividades de transmedia storytelling: (5h) a) Arquétipo de um projeto de leitura, de natureza vertical, que contemple atividades de transmedia storytelling e como o implementar. b) Inclusão e rentabilização dos artefactos produzidos, durante a formação, num projeto de leitura, criado pelo grupo de trabalho. c) Construção de um artefacto, com base nas tecnologias exploradas, a integrar numa história criada coletivamente e transmediada pelo grupo de trabalho. d) Divulgação e publicação da história, respeitando as normas da CNPD, numa plataforma de streaming online (exemplo: Youtube). 4) Planificação de uma atividade letiva a efetivar como trabalho autónomo (3 h) Nesta sessão, com o apoio do formador, e tendo em conta as técnicas e os conceitos abordados, os formandos, em conjunto com os seus alunos, elaborarão um plano de aula. 5) Acompanhamento do desenvolvimento do trabalho autónomo dos formandos (2 h) Nesta sessão, os formandos darão conta do trabalho que estão a desenvolver no sentido de resolver problemas e enriquecer o projeto de cada um, pela partilha entre pares. 6) Apresentação dos trabalhos (4 h) Apresentação dos projetos desenvolvidos no trabalho autónomo 7) Reflexão sobre o trabalho desenvolvido e avaliação da ação (1 h) Trabalho autónomo: Execução em sala de aula do projeto assente em atividades de transmedia storytelling planeado nas sessões presenciais (25 h)

Avaliação

A avaliação será contínua e formativa, valorizando-se os trabalhos desenvolvidos ao longo das sessões, nomeadamente: - Um artefacto tecnológico para incluir nas atividades de transmedia storytelling. - Um projeto de leitura que inclua atividades de transmedia storytelling. - Uma reflexão individual ou em grupo sobre o trabalho desenvolvido e implicações ao nível da sua intervenção educativa. - Um trabalho escrito, que será apresentado na última sessão (trabalho de grupo). Tendo em conta o Regime Jurídico da Formação Contínua e a Carta Circular n.º 3/2007 do CCPFC, a avaliação dos formandos basear-se-á na análise – quantitativa e qualitativa – da participação e envolvimento nas sessões, das tarefas diversas realizadas ao longo das mesmas, em regime presencial e autónomo, e do trabalho escrito. Na avaliação final a atribuir aos formandos serão tidos em conta os seguintes parâmetros e critérios de classificação: processo, que inclui a pontualidade, a partilha de conhecimentos e a participação nas sessões = 30%; artefacto tecnológico = 25%; projeto de leitura e respetiva apresentação, na última sessão = 25%; reflexão crítica = 20%.

Bibliografia

• Conde, E., Mendinhos, I., Correia, P., & Martins, R. (2012). Aprender com a biblioteca escolares: Referencial de aprendizagens associadas ao trabalho das bibliotecas escolares na Educação Pré-escolar e no Ensino Básico. Acedido a 20 de novembro de 2019, em: http://www.rbe.minedu.pt/np4/file/697/aprender_ enquadramento.pdf• Jenkins, H. (2008). Convergence culture: where old and new media collide. New York University Press.• Jenkins, H. (2007). Transmedia Storytelling 101. Confessions of an aca-fan. Acedido a 19 de dezembro de 2019, em: http://henryjenkins.org/2007/03/ transmedia_ storytelling_101.html• Lamb, A., & Johnson, L. (2010). Divergent convergence Part 1: cross-genre, multi-platform, transmedia experiences in school libraries. Teacher Librarian, 37(5), 76-81. O Acedido a 14 de novembro de 2019, em: http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=edsgao&AN=edsgcl.231092356&site=eds-live• Rodrigues, P., & Bidarra, J. (2014). Transmedia storytelling and the creation of a converging space of educational practices. Acedido a 18 de outubro de 2019, em: http://www.rcaap.pt/detail.jsp?id=oai:repositorioaberto.uab.pt:10400.2/3654

Formador

Vítor Manuel Domingues Gonçalves

Cronograma

Sessão Data Horário Duração Tipo de sessão
1 16-02-2023 (Quinta-feira) 17:00 - 21:00 4:00 Presencial
2 23-02-2023 (Quinta-feira) 16:00 - 21:00 5:00 Presencial
3 02-03-2023 (Quinta-feira) 17:00 - 21:00 4:00 Presencial
4 09-03-2023 (Quinta-feira) 17:00 - 21:00 4:00 Presencial
5 16-03-2023 (Quinta-feira) 17:00 - 20:00 3:00 Presencial
6 23-03-2023 (Quinta-feira) 16:00 - 21:00 5:00 Presencial
Início: 16-02-2023
Fim: 23-03-2023
Acreditação: CCPFC/ACC-108250/20
Modalidade: Oficina
Pessoal: Docente
Regime: Presencial
Duração: 50 h
Local: Escola Secundária José Belchior Viegas